PAI DUCHÃ



Matéria de Jorge Salomão, publicada na página semanal da Caza Arte Contemporânea, no caderno ARTES do Jornal do Commercio, em 06/04/2012, no Rio

O poeta e escritor, Jorge Salomão (dir) entrevista Marcio Zardo




Jorge Salomão (dir), Raimundo Rodriguez e Marcio Zardo




A Matéria
O filósofo alemão Martin Heidegger profetiza: “o extraordinário é a morada do poeta”. Marcio Zardo mora no extraordinário.
Quando vi pela primeira vez o trabalho Pai Duchã fiquei paralizado. Eram várias informações paralelas num só trabalho e quanto humor: “Mau olhado? Inveja? Resolvo dificuldade de conceitualização. Melhoro linguagem, gesto e discurso. Vejo futuro nas peças de xadrez... “ Aí caiu a ficha : vi homenagem a Marcel Duchamp.
“O título Pai Duchã é um “abrasileiramento” do nome do artista Marcel Duchamp ( 1887/1968 ). Um dos precursores da arte conceitual.
Criou o conceito de ready made, que é o transporte de um elemento da vida cotidiana, a priori não reconhecido como artístico, para o campo das artes”. E também os toques nos telefones públicos, nos tapumes, jogo de búzios, procura-se cão perdido, sexo, etc. Anúncios que se vê nas grandes cidades.
“O inusitado é que faço um paralelo com as questões da arte contemporânea. Desde o seu primeiro aparecimento na Galeria do Poste, em Niterói, já foram diversas consultas por email àqueles que consultam o Pai Duchã”. No trabalho consta o email : paiducha@gmail.com O anúncio é passado para emails artísticos numa verdadeira contaminação através da internet.
Paralelamente à colagem de lambe-lambe, no Rio, próximo a Centros artísticos. Marcio Zardo sai a fotografar inclusive com intervenções de outros artistas sobre a obra. Um trabalho misterioso e com uma mítica incrível : recheado de instigações e sabedorias. No Vida-te, que foi apresentado em 2003, construções poéticas sem regras gramaticais,era a tônica: “ora falo, ora falho; ora construção, ora ruína; ora poético, ora patético...” No meio das frases um ponteiro marca os segundos.
No “Carimbadas” (2012) a palavra ORIGINAL (no olhometro) sugere uma discussão no entendimento da linguagem. A palavra ORIGINAL é construida de cópias. No CÓPIA DA CÓPIA, um rolo de 7m de papel craft onde em cores diferentes com tinta de spray está escrito “CÓPIA DA CÓPIA”. Foi apresentada na exposição Múltiplos Múltiplos (2011), na Caza Arte Contemporânea. “
Quando faço meu trabalho, mergulho de cabeça. Sou visceral quando estou produzindo”.
Entre individuais: Pronta para Consumo ( Galeria Espaço Imaginário / 2010); Arte no Limite: ou Corrói, ou Escorre (2006) Fundação Macaé de Cultura e ARTE SIM - ARTE NÃO, na Galeria Maria Martins (2005) e em diversas coletivas, o artista Marcio Zardo transita numa leitura do tempo em que vivemos. Dele falou o crítico de arte Reynaldo Roels Jr.
“Não se trata apenas de palavras, tampouco apenas imagens; com certeza são palavras e imagens. É, de início, um exercício sobre o limite até onde ambas podem ser fundidas, esticadas e tensionadas. Enquanto ela for capaz de gerar indagações sobre si e sobre o mundo, a arte fará sentido...”.



Intervenção Urbana, no Centro do Rio - maio/2009 e Intervenção Viral (por email)- dez/2009








Intervenção de Marcio Zardo na Galeria do Poste, Icaraí, Niterói - fev/2009


(Clique nas imagens para ampliar)




Luiz Sérgio de Oliveira (dir) - coordenador da Galeria do Poste e Marcio Zardo

Alex Topini

Greice Rosa

Fernanda Lago

Deneir de Souza Martins

Nivaldo Rodrigues Carneiro






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